SAÚDE MENTAL NO TRABALHO

O esgotamento emocional vem se
tornando uma epidemia entre trabalhadores submetidos a longas jornadas, metas
inalcançáveis e ambientes cada vez mais exigentes. Nesse cenário, o deputado
federal Luiz Carlos Motta (PL-SP), presidente da Confederação Nacional dos
Trabalhadores no Comércio (CNTC) e da Fecomerciários de São Paulo, vem
reforçando a urgência de políticas públicas voltadas à preservação da saúde
mental no ambiente laboral.
Membro titular da Comissão de
Trabalho da Câmara dos Deputados, Motta tem redobrado os esforços para garantir
que o tema não seja negligenciado no debate legislativo. “Muitos comerciários
enfrentam fatores estressantes que interferem diretamente na sua qualidade de
vida, como o trabalho em ambientes hostis. Em caso de diagnóstico de doenças
mentais causadas pelo trabalho, como a Síndrome de Burnout, mal que já é
reconhecido como doença ocupacional, os direitos trabalhistas precisam ser
assegurados”, afirma o parlamentar.
Entre os avanços mais recentes, Motta
destaca a importância da atualização da Norma Regulamentadora Número 1 (NR-1),
que passou a exigir, desde 2024, a avaliação de riscos psicossociais no
processo de gestão de Segurança e Saúde no Trabalho (SST). Com base na Portaria
nº 1.419, empregadores agora são obrigados a identificar e gerenciar fatores
como estresse excessivo, assédio moral e sobrecarga emocional.
“A atualização da NR-1 é um avanço
significativo. O trabalhador precisa prestar atenção aos seus limites, à sua
saúde mental, e buscar ajuda. Cabe ao empregador criar um ambiente saudável e
seguro, com canais de acolhimento e prevenção”, ressalta Motta.
O deputado também tem participado
ativamente das discussões em torno da PEC 8/2025, que prevê a redução da atual
jornada de trabalho, que é de seis dias de trabalho por um de descanso. Ele
defende um debate amplo e equilibrado.
“Sobre a escala 6x1, eu acho que tem
que ter essa discussão entre o Congresso, ouvindo os patrões, o governo, os
empregados. Nós não podemos mais ficar com ela. Hoje temos muitos problemas,
principalmente no comércio e nas grandes redes, de funcionários afastados por
depressão, em razão da carga extenuante. Essa discussão vai avançar, não do
jeito que está na PEC, mas buscando um consenso dentro do Congresso para
reduzir a jornada sem redução salarial. Isso tem apoio tanto de trabalhadores
quanto de empresários”, afirma Motta.
O parlamentar defende ainda que
entidades sindicais, como a Confederação Nacional dos Trabalhadores no
Comércio, participe ativamente das discussões no Congresso Nacional sobre os
impactos da crise de saúde mental na produtividade, nas relações de trabalho e
na legislação vigente. “A saúde mental do trabalhador merece atenção e
respeito. Esse é um compromisso que carrego tanto na Câmara quanto no movimento
sindical”, finaliza.
Foto: Mario Agra/ Câmara dos
Deputados