DOANDO VIDA
Em 1975, o jovem Joaquim Garcia, de apenas 19 anos, doou sangue pela primeira vez. Foram 50 anos de solidariedade que se encerraram na última semana, em razão da idade. Aos 69 anos, limite máximo permitido, ele fez sua última doação no Hemonúcleo do Hospital Amaral Carvalho, em Jaú.
Sua história de solidariedade foi reconhecida pela Câmara de Vereadores do município. No último dia 12, ele recebeu a Medalha de Honra ao Mérito aos Doadores de Sangue do Hemonúcleo Regional de Jaú. “Ajudei muita gente, com muito amor e carinho. Quem pode, deveria ajudar, porque é muito bom. Eu fiquei bastante emocionado. Sei que a doação significa muita coisa para quem precisa e sempre fiz sem esperar nada em troca. Não imaginava que alguém um dia notaria ou me agradeceria por isso”, contou emocionado.
Além dele, outros dois doadores frequentes do Hemonúcleo receberam a honraria, em alusão ao Dia Nacional do Doador de Sangue, comemorado em 25 de novembro. O oficial de manutenção do Hospital Amaral Carvalho, Sidnei José dos Santos, conta que, aos 17 anos, quando ainda morava em São Paulo, fez sua primeira doação junto ao Exército, após ouvir em uma palestra sobre a importância desse gesto. “Lembro que ouvi que minha doação poderia salvar até quatro vidas e que, em época de muita festa ou feriados, as doações caem. Mas é quando mais precisam. Então eu disse: podem contar comigo. E, desde então, eu doo.”
O técnico em Tecnologia da Informação Guilherme Henrique Murdiga também foi homenageado. “Foi uma surpresa! Comecei a doar em 2021 e continuo porque consigo ajudar quem está precisando ou passando por um momento difícil.”
A doação regular é fundamental para garantir estoques seguros e suficientes. No Brasil, porém, apenas 1,8% da população doa sangue com frequência, percentual abaixo dos 2% recomendados pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). O sangue doado é indispensável para pacientes com doenças hematológicas, pessoas em tratamento oncológico, vítimas de acidentes e pacientes que precisam de cirurgias de grande porte. “Um único doador pode salvar até quatro vidas, graças à separação do sangue em diferentes hemocomponentes. Por isso, esse gesto é tão importante”, explica o coordenador do Hemonúcleo Regional de Jaú, Marcos Mauad.
No Dia do Doador de Sangue, comemorado em 25 de novembro, o Hospital Amaral Carvalho reforça sua missão de conscientizar a população sobre a importância da doação e incentivar novos voluntários. Em períodos de maior demanda — como férias, feriados prolongados e datas comemorativas — os estoques enfrentam queda significativa, ao mesmo tempo em que aumenta o número de pacientes que precisam de transfusão.
A Instituição reforça que doar sangue é simples, seguro e pode beneficiar até quatro pessoas em situação crítica. Para doar, é necessário estar em boas condições de saúde, pesar mais de 50 quilos, estar bem alimentado, ter dormido bem e apresentar documento oficial com foto. Jovens a partir de 16 anos podem doar acompanhados de um responsável, e o limite máximo é 69 anos.