SAÚDE CAPENGA
“Nós não temos uma infraestrutura de Saúde.
Não é possível uma Santa Casa para cuidar de 40 municípios na alta
complexidade. Nossa oncologia é capenga”. As palavras são do novo Governador do
Estado de São Paulo, Tarcísio Gomes de Freitas, feitas na última semana, em
Araçatuba, durante sua primeira visita como chefe do executivo ao interior de
São Paulo.
A fala aconteceu um dia após Tarcísio se reunir com o
presidente Luís Inácio Lula da Silva, quando tratou das necessidades no Setor
de Saúde. Ele contou que um dos assuntos discutidos foi a necessidade de
reajustar a Tabela SUS e a recuperação financeira das Santas Casas.
Uma das medidas paliativas discutida entre o Governador e
Lula foi procurar alongar os prazos das dívidas das Santas Casas, que têm como maiores
credores os bancos públicos, principalmente a Caixa Econômica Federal.
Tarcísio também disse que umas das prioridades do seu
governo para a saúde será reabilitar cerca de nove mil leitos SUS, que foram fechados
no Estado de São Paulo, nos últimos anos. “Se a gente investir no que já
existe, a gente vai conseguir atacar as filas por cirurgias e exames e a gente
vai conseguir prestar serviços de mais qualidade”, disse.
Tarcísio de Freitas também garantiu que os convênios com os
municípios serão mantidos. “Não faz sentido um novo governo chegar e paralisar.
A população não entende isso, porque é um desperdício de dinheiro. Trabalharemos
com os prefeitos, que é quem está na ponta da linha e vê as necessidades de
urgência do cidadão”.
Já na esfera federal, o presidente da Confederação das
Santas Casas de Misericórdia, Hospitais e Entidades Filantrópicas (CMB),
Mirocles Véras, e o presidente da Federação das Santas Casas e Hospitais
Beneficentes do Estado de São Paulo (FEHOSP), Edson Rogatti, se reuniram com a
Ministra da Saúde, Nísia Trindade Lima, e o secretário de Atenção Especializado
à Saúde, Helvécio Magalhães.
Na reunião foi definido que o setor, por meio da CMB,
participará de um Grupo de Trabalho, criado pelo Ministério da Saúde, em busca
das soluções para os problemas enfrentados pela rede filantrópica e do
incremento de políticas a serem priorizadas no atual governo.