CIGARRO ELETRÔNICO E CÂNCER
O Deputado Federal Gilberto Nascimento, em pronunciamento no Plenário da
Câmara dos Deputados, expressou sua forte oposição ao Projeto de Lei 5008/2023,
que regulamenta o consumo e o comércio de cigarros eletrônicos. A proposta
está prestes a ser votada na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado do
Senado
Também chamados de vapes,
atualmente esses produtos são vendidos ilegalmente no Brasil. O parlamentar
enfatizou os riscos do uso dos dispositivos por menores de idade. “É uma
irresponsabilidade grande, mesmo sob o argumento de colocar 40% de impostos
sobre esses produtos. Liberar a venda dos cigarros eletrônicos é colocar na mão
das nossas crianças e jovens um pequeno equipamento eletrônico com total
potencial de causar câncer.”
Além de suas preocupações,
Nascimento reforçou a responsabilidade que recai sobre o Senado. "É grande
a responsabilidade que está na mão do Senado Federal. E eu tenho certeza de que
os senadores da República deste país vão considerar que, de maneira nenhuma,
nós podemos liberar o cigarro eletrônico. Nós vamos arrecadar mais para gastar
mais tratando as pessoas que vão adoecer? Que política de saúde é essa?”,
questionou.
No final de 2023, a própria Organização
Pan-Americana da Saúde (OPAS) publicou um alerta sobre a necessidade de medidas
urgentes para controlar os cigarros eletrônicos, proteger crianças e não
fumantes e reduzir ao máximo os efeitos destes produtos na saúde da população. Na
publicação, a OPAS enfatizou que, ao contrário das promessas iniciais das
empresas fabricantes, os cigarros eletrônicos não se mostraram eficazes para
ajudar as pessoas a parar de fumar.
Cigarros eletrônicos
comercializados no mercado são fortemente direcionados ao público jovem. Empresas
e influenciadores estão promovendo para crianças por meio das mídias sociais
cigarros eletrônicos com mais de 16 mil sabores diferentes. Em alguns casos, designs
elegantes ou com personagens de desenhos animados são usados para atrair os
mais jovens.
A OPAS também alertou para os
danos que os vapes causam a longo prazo. “Eles liberam substâncias
tóxicas que são cancerígenas ou aumentam o risco de doenças cardíacas e
pulmonares. Além disso, podem afetar o desenvolvimento cerebral e causar
distúrbios de aprendizagem em jovens. Sabe-se também que a exposição do feto
aos cigarros eletrônicos utilizados pela mãe pode prejudicar seu
desenvolvimento. A exposição às emissões dos cigarros eletrônicos também
apresenta riscos para as pessoas próximas”, alerta a publicação.
O uso de cigarros eletrônicos
entre adolescentes é alarmante. Em todas as regiões cobertas pela OMS, o
consumo entre jovens de 13 a 15 anos é maior do que entre adultos. Segundo
dados da pesquisa Covitel 2023, pelo menos 4 milhões de brasileiros já utilizaram
o dispositivo.
Foto: Mario Agra/Câmara dos
Deputados