AUXÍLIO PARA EPIDERMÓLISE BOLHOSA

Pessoas diagnosticadas com Epidermólise Bolhosa (EB), uma doença rara e extremamente dolorosa, poderão ter direito a um benefício assistencial mensal de um salário-mínimo, caso seja aprovado o Projeto de Lei nº 254/2025, apresentado pelo deputado federal Delegado Bruno Lima (PP-SP). A proposta está em análise na Comissão de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família da Câmara dos Deputados.
A doença, que
pode ser de origem genética ou autoimune, se manifesta por meio do surgimento
espontâneo de bolhas na pele e nas mucosas, muitas vezes provocadas pelo
simples atrito com roupas ou toques leves. Isso faz com que tarefas simples do
dia a dia — como se alimentar, tomar banho ou caminhar — se tornem verdadeiros
desafios para quem convive com a condição. No Brasil, segundo a Associação
DEBRA, 802 pessoas foram diagnosticadas com EB.
Pensando
nisso, o projeto prevê o pagamento de um benefício vitalício, intransferível e
não acumulável com outros auxílios como o BPC (Benefício de Prestação
Continuada). O valor seria destinado ao paciente ou ao responsável legal que
comprove dedicação integral aos cuidados com alimentação, higiene e locomoção
da pessoa com EB.
“O objetivo é
oferecer dignidade a essas famílias, que muitas vezes precisam abrir mão da
vida profissional para cuidar de alguém com Epidermólise Bolhosa. É uma forma
de o Estado reconhecer essa dedicação e garantir um mínimo de amparo”, afirma o
deputado Bruno Lima.
Além do
auxílio financeiro, o projeto inclui uma série de medidas de suporte essenciais,
como:
·
Atendimento prioritário em unidades de saúde,
escolas e serviços sociais;
·
Distribuição gratuita e contínua de
medicamentos, curativos especiais, cremes hidratantes e suplementos
nutricionais pelo SUS;
·
Acompanhamento por equipe multidisciplinar com
dermatologistas, fisioterapeutas, nutricionistas, psicólogos e assistentes
sociais;
·
Isenção de impostos na compra de veículos
adaptados;
·
Gratuidade no transporte público para o paciente
e acompanhante;
·
Prioridade em programas de moradia adaptada;
·
Campanhas de conscientização para combater o
preconceito e promover a inclusão.
O projeto
também propõe que a Epidermólise Bolhosa seja incluída na lista de doenças
graves, permitindo, por exemplo, a aposentadoria sem tempo mínimo de
contribuição.
Para ter
acesso ao benefício, o paciente ou seu responsável deverá apresentar laudo
médico detalhado e passar por avaliação do INSS. O acompanhamento será
periódico, para garantir a continuidade da assistência conforme a evolução do
quadro clínico.
Após aprovado
na Comissão de Assistência Social, o projeto será analisado nas Comissões de Finanças
e Tributação e de Constituição e Justiça e de Cidadania.