ATENÇÃO PERMANENTE PARA OS RAROS
A deputada federal Rosana Valle (PL-SP) apresentou à Câmara dos Deputados o Projeto de Lei 4997/2024, que visa tornar permanente a Política Nacional de Atenção Integral às Pessoas com Doenças Raras. Atualmente regulamentada pela Portaria 199/2014 do Ministério da Saúde, a norma pode ser revogada a qualquer momento por decisão da União, deixando milhões de brasileiros em situação de vulnerabilidade. Com a nova propositura, a política se tornará uma lei, garantindo estabilidade e proteção aos direitos das pessoas afetadas.
O PL
também incorpora ao Sistema Único de Saúde (SUS) as Diretrizes para Atenção
Integral às Pessoas com Doenças Raras, reforçando os princípios da
universalidade, integralidade e equidade no atendimento. Isso significa que
o
projeto de lei busca garantir que o SUS atenda a todas as pessoas, oferecendo
cuidados completos que englobem todas as necessidades de saúde dos pacientes e
garantindo que todos, especialmente os que mais precisam, tenham acesso igual
aos serviços de saúde, independentemente de onde moram ou de sua condição
social. Estima-se que mais de 13 milhões de brasileiros convivam com doenças
raras, que apresentam desafios significativos em diagnóstico, tratamento e
manejo clínico.
“Essa
proposta fortalece um direito essencial e dá segurança às famílias que
enfrentam essas condições, garantindo que possam contar com serviços
diagnósticos e terapêuticos, independentemente de mudanças no governo”, afirmou
Rosana Valle.
A
importância da Política Nacional de Atenção Integral
As
doenças raras, que afetam até 65 pessoas a cada 100 mil habitantes, exigem uma
abordagem especializada e multidisciplinar. A detecção precoce e o cuidado
integral são fundamentais para reduzir a morbimortalidade e melhorar a
qualidade de vida dos pacientes. O projeto prevê ações de prevenção,
diagnóstico, reabilitação e cuidados paliativos, promovendo um atendimento
humanizado e equitativo.
A
política também prioriza o fortalecimento da Rede de Atenção à Saúde (RAS) do
SUS, com integração entre os níveis de atenção, formação de profissionais
qualificados e incorporação de tecnologias inovadoras. Essas medidas buscam
reduzir desigualdades regionais e garantir acesso universal ao tratamento.
Inclusão
social e combate ao estigma
Além
dos avanços clínicos, o PL 4997/2024 enfatiza a inclusão social e o combate ao
estigma enfrentado pelas pessoas com doenças raras. A proposta contempla
campanhas educativas e ações intersetoriais para promover respeito e
valorização da diversidade.
Rosana
Valle destacou a relevância do projeto: “Seja no diagnóstico, no tratamento ou
no manejo clínico, os portadores de doenças raras enfrentam barreiras
significativas para acessar serviços especializados. Com essa política
permanente, garantiremos que nenhum cidadão fique desassistido”.
Impactos
globais e locais
De
acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 6% da população
global é afetada por doenças raras, o que equivale a 480 milhões de pessoas. No
Brasil, esse número chega a 13 milhões. A proposta de Rosana Valle alinha o
país às melhores práticas internacionais e reforça a prioridade de cuidado às
populações mais vulneráveis.
A
proposta foi apresentada no dia 19 de dezembro e aguarda despacho do Presidente
da Câmara dos Deputados para as comissões que irão analisá-la.
Foto: Mario
Agra / Câmara dos Deputados