TEM REMÉDIO?
Enquanto a
pandemia achata a renda da maioria dos brasileiros e onera fortemente o setor
de saúde pública, o preço dos medicamentos aumentam e o Brasil segue na
liderança do ranking de países com maior tributação sobre remédios. De acordo
com o Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos (Sindusfarma), a carga
tributária brasileira sobre esses produtos é de 32%, enquanto a média mundial é
de 6%.
Nesta
semana, durante audiência pública da Comissão Temporária da Covid-19 do Senado
Federal, o presidente do Sindusfarma, Nelson Mussolini, classificou de
"pornográfica" a carga tributária sobre os medicamentos à venda no
Brasil. Ele também pediu atenção do Senado para a Proposta de Emenda à
Constituição (PEC) 2/2015, do senador Reguffe (Podemos-DF), que proíbe a
tributação sobre remédios de uso humano no país, como, por exemplo, oxigênio,
insumo essencial para tratamento de pacientes em casos mais avançados de Covid.
Além
da exorbitante taxa de impostos, a alta demanda e a escassez de insumos durante
a pandemia fez com que medicamentos usados no tratamento da Covid-19 em UTIs
sofressem uma alta de até 650%, em média. Há casos específicos em que esse
aumento superou 1.000%.
A
despeito de toda a situação sanitária e econômica do país, no final de março, a
Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (Cmed) aprovou reajustes nos
preços de medicamentos que variam de 6,79% a 10,08%.
Em
meados deste mês, o Senado Federal, aprovou o Projeto de Lei 939/2021, que veda
o reajuste anual de medicamentos durante a pandemia. Autor do PL, o senador
Lasier Martins (Podemos-RS) classificou o aumento autorizado em março como
“fora de hora” e lembrou que o setor farmacêutico foi um dos que mais cresceu
durante a pandemia. Em 2019, eram 88,9 mil drogarias no Brasil. Hoje são mais
de 90 mil.