O PIOR NEGÓCIO DO MUNDO
Entidades filantrópicas de
saúde praticam o serviço mais nobre do mundo: o de salvar vidas. No entanto,
administram o pior tipo de negócio do mundo, uma vez que atendem pelo Sistema
Único de Saúde e recebem, em média, 60% dos custos efetivos pelos serviços
prestados.
Para atenuar esse quadro lesivo da falta de remuneração compatível,
os deputados estaduais paulistas autorizaram, nesta semana, a isenção de Imposto
sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para compra de medicamentos,
fármacos, insumos e equipamentos destinados a entidades beneficentes e
assistenciais hospitalares e fundações privadas de apoio a hospitais públicos.
Medicamentos e equipamentos para diálise, gripes, aids e câncer estão entre os
insumos previstos. A isenção será total ou parcial, de acordo com o percentual
de atendimentos de pacientes pelo SUS.
A nova regra tenta amenizar parte dos prejuízos sofridos por
essas entidades que, em janeiro, tiveram um corte de recursos de 12% nos
Programas Pró-Santas Casas e Santas Casas SUStentáveis, imposto pelo Governo do
Estado de São Paulo.
Essas entidades são responsáveis por 70% dos atendimentos de
alta complexidade, no país. Só em São Paulo, existem 180 hospitais beneficentes
e Santas Casas. Esse corte vai gerar perdas de R$ 80 milhões anuais.
Na esfera federal, a Comissão de Educação da Câmara dos
Deputados aprovou, também nesta semana, o Projeto de Lei Complementar 134/19,
com as condições para que entidades beneficentes tenham direito à imunidade
tributária em relação às contribuições para a Seguridade Social. O projeto
ainda será analisado pelas comissões de Seguridade Social e Família; de
Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania. Depois
seguirá para o Plenário.