LOTERIA DA SAÚDE
Ficou para a
semana que vem a conclusão da votação do Projeto de Lei 1561/2020, de autoria
dos Deputados Guilherme Mussi (PP-SP) e Capitão Wagner (Pros-CE), que cria a
“Loteria da Saúde”, uma nova modalidade de apostas, com destinação dos recursos
de sua arrecadação para o Sistema Único de Saúde (SUS), para uso exclusivo em ações
de combate ao Coronavírus, enquanto durar a pandemia.
A proposta de Mussi
é uma nova fonte de recursos para a saúde, que não sairá dos cofres públicos,
mas da arrecadação das apostas das pessoas que gostam de fazer uma “fézinha”. Em
2020, a Caixa Econômica Federal bateu recorde de arrecadação com apostas em
loterias, foram R$ 17,1 bilhões. Parte do que é arrecadado, após pagamento do
prêmio e dos impostos, vai para diversos setores, a maior parte para a Seguridade
Social.
A proposta
esteve na pauta na quarta e quinta-feira, dias 28 e 29, mas a apreciação não
foi finalizada, porque o relator da matéria quis incluir no projeto a “Loteria
do Turismo”, o que teve orientação contrária da Liderança do Governo na Câmara.
O texto deve
voltar ao Plenário na semana que vem. Entre os destaques a serem apreciados
está uma emenda global (texto substitutivo ao do relator), excluindo a “Loteria
do Turismo” e mantendo apenas a da saúde.
Foi, justamente,
por tratar apenas saúde, com ênfase no combate ao coronavírus, que o projeto
entrou como urgência na pauta do plenário. A tentativa de inclusão do turismo, um
tema diferente do que está sendo priorizado nas votações do parlamento, retarda
a aprovação da matéria, que pode render repasses significativos para a saúde
pública do país.
Do repasse de R$
8,05 bilhões das loterias para áreas prioritárias do país, no ano passado, R$
4,6 milhões foram destinados para o Fundo Nacional da Saúde. É pouco, se
comparado aos R$ 2,8 bilhões repassados para a Seguridade Social ou ao R$ 1,5
bilhão para o Fundo Nacional de Segurança Pública.