InSUStentável?
Grandes hospitais de São Paulo, como Albert Einstein e Oswaldo Cruz, já buscaram o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para financiar seus planos de expansão para atendimento de saúde privada. Em 2020, foram liberados R$ 509 milhões pela instituição financeira para o setor de saúde.
Prestar atendimento exclusivamente privado é mais viável para hospitais localizados em centros maiores, onde mais pessoas têm planos de saúde ou capacidade de pagar de forma particular por serviços médicos hospitalares. Na maioria das cidades menores, no entanto, os únicos hospitais existentes são os filantrópicos, instituições privadas sem fins lucrativos que prestam a maior parte dos atendimentos pelo Sistema Único de Saúde.
Mas atender pelo SUS significa estar com o caixa sempre no vermelho e a alternativa para essas entidades tem sido aumentar o número de atendimentos privados, para poder cobrir o déficit causado pelo atendimento SUS. Linhas de créditos como as do BNDES poderiam ser uma alternativa, mas o nível de exigências do Banco, principalmente no que diz respeito aos estudos de rentabilidade, é um entrave para as filantrópicas.
Resta, então, a esses hospitais a busca por doações junto à sociedade, leilões, programas de capitalização e editais com finalidade social. Além das emendas parlamentares, subvenções e incentivos financeiros da União e dos Estados. Para isso, no entanto, além da prestação de serviços médicos, essas instituições se veem obrigadas a montar estruturas de captação de recursos junto ao Congresso Nacional, Assembleias Legislativas, Ministério da Saúde, Secretarias Estaduais de Saúde e sociedade. Ou fazem isso ou fecham!