CORTE DE RECURSOS PARA COVID
O financiamento federal para a manutenção
dos leitos de UTI para pacientes com Covid-19, em hospitais públicos e
filantrópicos de todo o Brasil, foi reduzido de R$ 1.600,00 para R$ 600,00, a
diária. O corte passou a valer na segunda-feira, 28.
Antes
da Covid, o valor para manutenção de um leito de UTI adulto tipo II, o mesmo
usado para Covid, era de R$ 478,72. Com a pandemia, o Congresso Nacional
aprovou créditos extraordinários para o enfrentamento da doença, o que permitiu
o pagamento maior pela diária de internação nesse tipo de leito.
Como esses
recursos extras terminaram em 31/12/2021 e o novo Orçamento da Saúde para 2022 não
contempla verba para a manutenção dos R$ 1.600,00, o valor da diária, seja para
o atendimento de Covid-19 ou outra patologia, voltou a ser aquele que o Ministério
da Saúde sempre remunerou, acrescido de um adicional de R$ 126,76, suportado
pelo Orçamento de 2022.
No entanto, tanto o valor atual quanto o
antigo são insuficientes para cobrir os reais gastos com esses serviços hospitalares.
Conforme dados da Universidade Estadual de Campinas, os custos de um leito de
UTI Covid variam entre R$ 2,5 mil e R$ 3 mil. Para as entidades filantrópicas,
que já registravam déficit orçamentário SUS antes da pandemia, e vem tendo
ainda mais prejuízo nos últimos dois anos, a internação intensiva para
pacientes com coronavírus deve se tornar ainda mais insustentável e muitas
devem optar por não prestar mais esse tipo de serviço.
Com a
redução dos casos graves da doença, o Ministério da Saúde resolveu também reduziu
de 15.000 para 6.500 as vagas de UTI Covid. A partir de agora, se houver
necessidade de novas vagas intensivas, os secretários estaduais e municipais de
saúde terão que fazer uma solicitação, indicando quais hospitais e quantos
leitos serão necessários para cada um deles.
Nesta
quinta-feira, 03, o Brasil registrou 60 mil novos casos de Covid, número bem
abaixo dos 287 mil registrados no maior pico da doença, no início do mês
passado. A taxa de ocupação de UTIs, na maioria dos estados e no Distrito
Federal é menor do que 50%.